terça-feira, 16 de setembro de 2008

De volta, se derrubar é pênalti...

Praticamente uma semana de ausência da escrita neste espaço.

Estava cansado, viajando, ocupado, sem possibilidade, nem pique, de escrever.

Hoje em dia, faço isso por tesão, quando estou a fim. Afinal, não tenho obrigações quaisquer com patrocinadores, pelo menos por enquanto (claro que não recuso receita e muitos risos decorrentes).

Agora, digo em referência ao momento em que escrevo este texto, estou em algum ponto após Cachoeiras de Macacu, num ônibus da 1001 (nada confortável, mas bem melhor do que aquele que me levou e trouxe de Campina Grande / PB...), disposto a compensar o “tempo perdido” (como se isso fosse realmente possível...).

Meu desejo é dar vazão e aproveitar a bateria do notebook, chegar em Niterói, reencontrar meu modem de acesso à internet (que deixei por lá) e postar o que sair daqui por diante. Vou musicado nessa viagem para aumentar a inspiração. Isso é bom, pois quando penso que tudo ficará mais calmo, vejo que muitas coisas estão sempre se abrindo, a fazer, o que acho ótimo. O contrário seria tão monótono.

Decidi passar em Nova Friburgo quando estava chegando ao Espírito Santo, no sábado à noite.

No domingo de manhã, o piloto do micro-ônibus em que estava, conseguiu interceptar uma van, na altura de Casimiro de Abreu, que estava indo em direção à Nova Friburgo. Claro que não perdi a oportunidade.

Cheguei um tanto estropiado na casa de meus pais, recebi carinho familiar, um bom almoço (que estava precisando...), me inteirei das percepções maternas acerca das eleições locais, de bananas e outras coisas mais, dormi a beça (antes e depois do almoço), desci (em Nova Friburgo, quando se vai ao Centro, para a maioria dos bairros, desce-se...), pude me deparar com a III Parada Gay (estava até movimentada, mas passei a margem...), acessei internet numa lan house, voltei correndo para casa, peguei uma sauna (muy necessária...), jantei e até queria começar a escrevinhar algo que só começarei hoje, mas decidi parar e conversar com minha mãe num curto espaço de tempo até que o sono me arrebanhou.

No fundo, queria é que chegasse a segunda, ou ontem, para ver minha linda Maria Cândida, pois a saudade (esse sentimento louco que só brasileiro sente...) estava apertando, e foi ótimo a visão, a convivência, carinho, cumplicidade! Tudo que uma relação saudável proporciona...
Maria Cândida é tudo de bom hoje na minha vida! Elogios desse tipo sempre serão raros (ou sempre foram raros, sei lá!). Eita figurinha tudo de bom pra mim...me ama e acaba sendo correspondida (como tem de ser os amores...).

Chego a brincar com ela, concordando com minha sábia irmã, que, se não der certo com ela, difícil será de encontrar alguém que me curta como ela...ai, ai, coração apaixonado e bobo. Estamos ainda a pouco tempo juntos, mas nas melhores fases que um relacionamento pode ter, um ano e meio, isso é bão demais e como o que vale é o que temos hoje, que se foda o futuro...

Depois de externar isso sobre meu retorno nordestino bacana, pois o III Encontro da Rede de Estudos Rurais foi um momento necessário na minha trajetória acadêmica, conhecer novas pessoas, novas questões para alimentar minhas incertezas, foi um bom momento de transição para que eu entre de cabeça na vida acadêmica, dê um gás total ao mestrado, que tanto gosto de onde estou.

Me dediquei intensamente a um projeto político, que continuo acreditando, mas que não me vejo como protagonista. Considero que minhas contribuições foram importantes na campanha de Olney a prefeito de Nova Friburgo, mas também acredito que a maturidade que a vida traz, mostra que devemos saber a hora de “tirar o time de campo”. Continuo colaborando com minha opinião, quando solicitado, me posicionando como cidadão nos debates virtuais quentes do Orkut.

Mas, na vida, é preciso ter foco. Se pudesse, faria mil e uma coisas ao mesmo tempo agora, muito provavelmente faria bem, mas ficaria estropiado fisicamente. Hoje, prezo por meu bem-estar físico. Aliás, voltei gordinho do Nordeste (também, entrando forte na tapióca com carne moída no café da manhã...).

Devo retornar ao padrão frango-com-alface-e-caminhadas para perder um peso, o que também é necessário.

A semana começa cheia de tarefas neste meu novo momento, que aliás, muda a cada dia.

Walter Benjamin definia momento como o período que ia do nascimento até o dia em que se vive, ou algo parecido. Momento é tudo...

Entre revisões bibliográficas, apresentações de textos a fazer, reuniões com orientadora, leituras de textos para debate, fico onde eu gosto de estar. O tempo, para uma pessoa perfeccionista como eu, nunca será suficiente, mas tento fazer o melhor, sabendo das limitações do tempo, pois eu ainda tenho dificuldade de enxergar as minhas (evidente que essas é que importam, já que essa construção social que é o tempo está dada e limitada...). Falo isso, mas, hoje, me conheço muito mais, a cada dia me conheço um pouco mais (estou aqui me limitando a falar de mim...não posso generalizar minhas percepções).

Hoje, antes de embarcar, comprei O Globo (lembro agora que, faz uma semana, se foi Fausto Wolf, grande escritor marginal que emprestava sua crítica ácida ao Caderno B, do JB...grande Fausto, que trocava e-mails comigo sobre as banalidades de quem escreve...esteja bem nas suas cinzas...). ´

Enfim, estava tão atarefado nos últimos tempos que não comprava jornal antes de viajar. Acabei lendo o que me interessava em uma hora e agora escrevo essa postagem com o tempo restante de viagem (cerca de uma hora e meia, da qual ainda deve restar quarenta e cinco minutos, ou menos....). Parece que a tal crise americana está acontecendo, também me parece que afeta todo o mundo, quebra banco, bolsas caem.

Não gosto muito do Jabor, mas ao ler sua coluna, tive a sensação que coincide com o que ele destaca, o Brasil tem um governante e não tem governo...apesar de reconhecer que o que se chama de governo federal tem lá seus méritos na construção do que se pretende denominar como democracia brasileira. Voltem ao início de parágrafo e podem ler que me refiro à “sensação”.

Contradições, paradoxos que todos temos e carregamos...basta-nos convivermos mais que notamos, cedo ou tarde.

O jornal passou rápido, não me anima...para completar, a tal operadora de celular retoma o contato de mais de uma semana atrás, postado aqui, inclusive...

Era o que faltava...extravasei umas boas coisas entaladas. Afinal, se eles não podem resolver os problemas, pelo menos ajudam ao ouvir poucas e boas.

E assim vou seguindo, nesse meio tempo bateria acabou, cheguei em Icaraí, muita coisa a fazer...tô de volta...se derrubar (ou se cair de finta e o juiz não perceber...), é pênalti!

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