sexta-feira, 29 de maio de 2009

Quando tudo parece tão certinho...

Pois é...

Quando tudo parecer muito certo e mudar de repente, deixando todas as certezas pra trás, é que a vida se mostra nos seus encantos, angústias, encontros e desencontros que se fazem e desfazem em uma teia que não tem nada de prisão.

Aliás, nossas prisões me parecem mais construções mentais de auto-sabotagem que alimentamos com segredos e medo de viver livremente. De certa forma, um individualismo total gera muito sofrimento e solidão pela característica social da existência humana neste planeta-prisão de micro-poderes invisíveis que nos fazem crer importantes demais em relação ao que quer ou quem quer que seja, quando, na prática, somos nada mais que aquele maravilhoso grãozim de areia sem o qual não se formaria a bela praia-vida em que estamos, que muda com o bater de ondas, que se refaz nas suas marés, nesse sobe-e-desce.

Pois assim que sinto hoje, e não estou triste de forma alguma.

Como é legal se descobrir vivo, com sentimentos paradoxais, sem certeza quase nenhuma a não ser que quero viver, com dúvidas a cada dia maiores, mais intensas que numa criança que descobre um mundo novo a seu redor a cada dia que passa.

Essa é minha viagem existencial de hoje, dos dias que passaram não me importa, até porque, depois que apertar o ícone "publicar postagem" isso já vira memória, mesmo registrada, trata-se de algo que passou, que foi, foi, foi, foi bom e pra sempre será...

Por aí, vou seguindo, dilemático "do bem"...

Vou em frente, afinal a vida é isso aí... "do jeito que o diabo gosta" e "seja como Deus quiser".

terça-feira, 19 de maio de 2009

Em todos os lugares ao mesmo tempo agora...

No início da década de 1990, os Titãs lançaram um disco, ainda era LP, chamado Tudo ao mesmo tempo agora, que me chamou atenção para o "futuro" atualmente presente, pelo menos para mim (cada vez mais vejo que posso falar apenas de mim com certeza, mas que isso? Certeza?). Na mesma época, o U2 lançava o, então, impactante Actung Baby e seus Misterious Ways combinando rock e a emergente música eletrônica...

Caminhos misteriosos e simultaneidade... como mudou o mundo em quase 20 anos... Naquela época, ter telefone era um luxo disponível não somente para quem tinha grana, mas para aqueles que conheciam alguém que "desse" a linha na estatal de "escolha"... 

Hoje as possibilidades abertas por um criticado programa de desestatização ocorrido em meados da década de 1990, durante o governo FHC, eram inimagináveis... aparelhos celulares, tecnologias digitais, GSM, torpedo, ser achado e poder ser encontrado onde quer que fosse... (bom destacar que mantenho as críticas sobre o modelo da venda, mas quem hoje poderia ser tão contra quanto fui na época mais radical?).

A internet é outra forma que não existia para mim há dez anos atrás... pelo menos não da forma que uso hoje. Pode ser que enfurne a pessoa em seu computador (portátil ou fixo... outra novidade) e a isole do mundo, mas, por outro lado, quantas possibilidades de contato (visual, escrito e sonoro) não oferece e que "novo mundo" não lhe apresenta?

Um dia ainda vou tentar entender melhor tudo isso...

Por enquanto, basta-me ter esse espaço para colocar o que penso para quem quiser acessar este blog... ter a possibilidade de, saber que aturaria três horas de (des)conexão em Sampa, abrir o notebook, plugar um modem móvel e começar a bater papo com um monte de gente... enfim, a prática acaba me valendo mais que as catástroficas teóricas...

Bom dia, escrevo de Floripa... 

Tenho Medo de avião, como Belchior, mas costumo Andar com fé, como Gil, logo, vou seguindo, dia após dia... 

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Cotidiano

Tenho estudado (ou melhor, procurado entender mais) o cotidiano, recentemente comecei a ler uma tese de doutorado de uma pessoa muito querida, a Maria Luíza, e me dei a liberdade de reproduzir esta bela passagem de Cortazar (1964, p. 3-5):

"Manual de Instruções

A Tarefa de amolecer diariamente o tijolo, a tarefa de abrir caminho na massa pegajosa que se proclama mundo, esbarrar cada manhã com o paralelepípedo de nome repugnante, com a satisfação canina de que tudo esteja em seu lugar, a mesma mulher ao lado, os mesmos sapatos e o mesmo sabor da mesma pasta de dentes, a mesma tristeza das casas em frente, do sujo tabuleiro de janelas de tempo com seu letreiro HOTEL DE BELGIQUE.

Enfiar a cabeça como um touro apático contra a massa transparente em cujo centro bebemos café com leite e abrimos o jornal para saber o que aconteceu em qualquer dos cantos do tijolo de cristal. Resistir a que o ato delicado de girar a maçaneta, esse ato pelo qual tudo poderia se transformar, possa cumprir-se com a fria eficácia de um reflexo cotidiano... Até logo, querida. Passe bem.

Apertar uma colherinha entre os dedos e sentir seu latejar metálico, sua advertência suspeita. Como custa negar uma colherinha, negar uma porta, negar tudo o que o hábito lambe até dar-lhe uma suavidade satisfatória. Quanto mais simples é aceitar a fácil solicitação da colher, usá-la para mexer o café.

E não é mau que as coisas nos encontrem outra vez todo dia e sejam as mesmas. Que a nosso lado esteja a mesma mulher, o mesmo relógio e que o romance aberto em cima da mesa comece a andar outra vez na bicicleta de nossos óculos, por que haveria de ser mau? Mas como um touro triste é preciso baixar a cabeça, do centro do tijolo de cristal empurrar para fora, em direção ao outro tão perto de nós, inacessível como o toureiro tão perto do touro. Castigar os olhos fitando isso que anda no céu e aceita astuciosamente seu nome de nuvem, sua resposta catalogada na memória. Não pense que o telefone vai lhe dar os números que procura. Por que haveria de dá-los? Virá somente o que você’ tem preparado e resolvido, o triste reflexo da sua esperança, esse
macaco que se coça em cima de uma mesa e treme de frio. Quebre a cabeça desse macaco, corra do centro em direção à parede e abra caminho. Oh, como cantam no andar de cima! Há um andar em cima nesta casa, com outras pessoas. Há um andar em cima onde moram pessoas que não percebem seu andar de baixo, e estamos todos dentro do tijolo de crista. E se, de repente, uma traça parar pertinho de um lápis e palpita como um fogo cinzento, olhe-a, eu a estou olhando, estou apalpando seu coração pequenino, e ouço-a: essa traça ressoa na pasta de cristal congelado, nem tudo está perdido. Quando abrir a porta e assomar à escada, saberei que lá embaixo começa a rua; a norma já aceita, nas as casas já conhecidas, não o hotel em frente; a rua, a floresta viva onde cada instante pode jogar-se em cima de mim como uma magnólia, onde os rostos vão nascer quando eu os olhar, quando avançar mais um pouco, quando me arrebentar todo com os cotovelos e as pestanas e as unhas contra a pasta do tijolo de cristal, e arriscar minha vida enquanto avanço passo a passo para ir comprar o jornal na esquina.”"

Bela síntese cotidiana, não?

sábado, 9 de maio de 2009

Faz tanto tempo...

Hoje acordei cedo pelo costume, pois a vontade de ficar na cama até umas dez da manhã era imensa, mas parece que vontade não é suficiente para tudo, nem mesmo para ficar na cama até mais tarde na manhã de sábado.

Optei por aproveitar meu tempo livre desta manhã calmamente, mas é tão difícil esse calmamente para quem se acostumou a estar agitadamente.

Então, fui tentando...

Para isso, abri várias janelas, duas contas de e-mail, Orkut, MSN e este blog, tão abandonado ultimamente.

Decidi escrever sem compromisso algum, que é o propósito deste blog, pelo menos por enquanto.

Depois devo caminhar na praia, pegar um sol, uma cor, um bronze como dizemos aqui no Rio (ou em Niterói, meu caso neste momento). Ao menos para chegar algo entre vermelho e rosado na festa do CPDA e encontrar pares, bater aqueles papos doidos de mestrando e doutorando, deixar fluir para questões cotidianas, sem a necessidade de estar me preocupando com a metodologia da pesquisa ou mesmo se meus argumentos estão sendo coerentes ou não. Exercitar a amizade, amizade me interessa demais.

Acabo de ir até a sala e vi que o céu está azul, que deve ter ao menos um solzinho para mim, não só para mim, mas também para mim.

Cada vez mais tenho consciência de que o  é raro e que o também se mostra onipresente em quase tudo na vida da gente. Pelo menos no mundo atual.

Amanhã, vou cedinho para Friburgo, "Dia das Mães"...exigência materna, cumprimento do filho. Curtir a família, de noite uma sauna...

Recomeço na segunda, recomeço de que?

Esqueci do namoro, isso, esta figura que me apóia incondicionalmente, também amiga, namorada e amiga, mais namorada que amiga, senão complica!

Dedicar-me ao namoro, isso é bacana, curtir os dias, as horas e os minutos, sem saber (ou sem ter) o que vai fazer no instante seguinte, apenas sentir, curtir e estar nas situações que surjam... pode ser bom ou ruim...

Depende de mim e dos meus (des) condicionamentos... Mas como não sou um rato das experiências behavioristas, basta a mesma vontade que, se não é suficiente para tudo, ajuda pra caramba para constituir alguns estados de espírito valorizados, tais como o de se sentir bem...

Assim, meio confuso, meio esperançoso, vou seguindo, feliz, hoje!!!


terça-feira, 5 de maio de 2009

Deus ajuda quem cedo madruga...

Será?

Sei lá, mas acho que quem cedo madruga está fazendo sua parte... se Deus ajuda ou não, já não sei.

Acredito que a ação individual ainda é a grande responsável pelas conquistas da vida, pois "nada cai de mão beijada". Deve ser por isso que Deus ajuda quem cedo madruga e não quem acorda tarde? Pode ser... mas se ele não acordasse cedo nem a ajuda divina seria capaz de ajudar.

Enfim, estou eu a postar aqui depois de longa e tenebrosa ausência, para desespero daqueles que tentam me visitar aqui neste blog.

Muita água rolou debaixo desta ponte que é minha vida... período de crescimento, isso é massa!

Estou aqui cedo a esperar um carro que me levará a falar para não sei quantos estudantes de economia reunidos em um encontro regional deles. Falar sobre o que estou pesquisando. Isso é o máximo, não rola grana, mas pelo menos tem a possibilidade de trocar conhecimento, de ouvir e, tá bom, tem um certificado, mas o que vale é a reciprocidade.

No mais, semana cheia...

V Semana Acadêmica do CPDA, defesa do meu projeto de mestrado, tem a festa do CPDA no sábado e o Dia das Mães no domingo, ufa!

Mas tô fazendo, isso é o que importa hoje... nada de ficar "vendo a banda passar"...

Abraços!