terça-feira, 30 de setembro de 2008

Entre ilusões e possibilidades: uma proposta embrionária de avaliação permanente do poder público em Nova Friburgo

A idéia surgiu numa comunidade de Orkut. Por acaso, fui eu que postei, chamei-a de "monitoramento democrático do poder público local". Supreendentemente, de forma rápida outras pessoas aderiram, criaram até um tópico na comunidade "Eleições 2008 Nova Friburgo".

No fundo, essa postagem trata de um esqueleto, uma proposta embrionária, a ser preenchido com sangue, carne e alma de pessoas que estejam comprometidas a acompanhar o futuro governo de Nova Friburgo e a Câmara dos Vereadores a serem eleitos no próximo dia 5/10. Também trata do compromisso público-virtual que assumi com aquela comunidade orkutiana.

Esse é um processo que pretende-se inaugurar a partir da transição para perdurar pelos próximos governos e legislaturas a fim de, principalmente, ampliar a democratização da esfera política nova friburguense.

Neste sentido, a presente proposta passa a estar aberta para contribuições de pessoas interessadas em participar ativamente do processo em gestação. A estrutura da rede a ser formada pode ser a que apresento a seguir, sendo que as pessoas devem imaginar como podem se engajar e contribuir:

LEGISLAÇÃO, ORÇAMENTO E CONVÊNIOS

Reunir a legislação que rege as licitações, a Lei Orgânica Municipal, de forma a alertar quando alguma ação de governo estiver em desacordo com a legislação vigente no município.

Também para alertar sobre prazos de instrumentos normativos (como, por exemplo, do Plano Diretor Participativo) que não estejam sendo cumpridos ou implementados.

Analisar os instrumentos financeiros governamentais, como PPA (Plano Plurianual), LOA (Lei do Orçamento Anual) e LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

Acompanhar a execução orçamentária, apontando eventuais desvios.

Acompanhar os convênios firmados pelo município com os governos federal e estadual, com organizações não-governamentais, verificando se estão dentro dos padrões legais.

Torna-se necessária a participação de pessoas que tenham conhecimento jurídico local, bem como de finanças, ou seja, de advogados, administradores e economistas, entre outros cidadãos que tenham interesse em multiplicar seus conhecimentos para outros cidadãos interessados nessas questões.

LICITAÇÕES

Acompanhar presencialmente as licitações, tomadas de preço e cartas convite conduzidas pela Prefeitura e Câmara Municipal de Nova Friburgo

ESTRUTURA, PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS

Análise da estrutura do governo eleito e da Câmara Municipal de Nova Friburgo.

Avaliação dos programas e projetos desenvolvidos pelo governo, frente aos objetivos propostos, relação custo x benefício para a população e resultados alcançados.

ATUAÇÃO PARLAMENTAR DE VEREADORES: PROPOSTAS DE LEI x INTERESSE POPULAR

Torna-se importante acompanhar a atuação dos vereadores eleitos, através da criação de indicadores, tais como frequência, projetos apresentados, entre outros a serem definidos coletivamente.

Acompanhar a pauta de votações da Câmara.

Verificar a pertinência dos projetos apresentados.

PROMESSAS DE CAMPANHA x REALIZAÇÃO

Neste ponto, cabe acompanhar a realização das promessas de campanha feitas pela candidatura majoritária eleita em 5/10.

PUBLICIZAÇÃO E POPULARIZAÇÃO

Essa é uma das partes mais importantes, pois visa publicizar as informações em uma frequência a ser definida pelo grupo (pode ser semanal, diária, mensal, quinzenal, sempre que tiver informações).

É fundamental que seja desenvolvida uma linguagem popular, sem sensacionalismo, de forma que as pessoas mais simples possam entender e se engajar no processo.

Também torna-se uma importante ferramenta para arregimentar novos colaboradores, simpatizantes, bem como uma forma de pressão em relação ao governo e à Câmara Municipal de Nova Friburgo.

Enfim, essa é uma idéia inicial, um esboço, um esqueleto a ser preechido, fica aberto para discussão, para incorporar novas idéias. Fecho com uma proposta para que um grupo de pessoas se reuna logo após as eleições (não tão após, mas ali pro dia 18/10, que é um sábado...) para que possamos estipular funções, um calendário de encontros e avaliar as contribuições que cheguem até lá...

Saudações democráticas!!!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Eleições e a política como jogo no país do futebol e das lotéricas...

Depois do final de semana (em que temos o futebol como atração principal da maioria dos brasileiros, em especial dos homens, mas as mulheres também me parecem gostar cada vez mais do esporte da bola nos pés e nas redes), fiquei pensando na face "jogo" das eleições.

Não faltam evidências para que isso possa deixar de ser apenas uma viagem deste ser inquieto que aqui escreve. E quais seriam?

A primeira e mais visível são as pesquisas e a empolgação que elas despertam nos políticos que estão à frente das mesmas (e o desespero naqueles que estão atrás...). Vejamos: essas sondagens nada mais são do que intenções de voto, que já não valem mais nada (ao menos da forma que se mostra nas propagandas eleitorais...) no dia seguinte de sua realização. Ou seja, quando divulgadas não valem nada.

Mesmo assim, no país do futebol, ninguém quer chegar por último...

Me parece ser a "lógica" que está na cabeça daqueles que divulgam os resultados como se esses fossem fatos. Também por isso, vira e mexe, quase sempre, temos resultados nas urnas que não correspondem à "verdade" das pesquisas.

Daqui algum tempo, ainda vão dizer que as urnas estavam erradas... e que as pesquisas estavam certas...

A segunda evidência, essa é mais preocupante e me parece que também mais tradicional, é a que encara as eleições como se fossem uma loteria, isso mesmo, com direito a apostas (altas a beça inclusive) e tudo.

Ora, se uma eleição vira objeto de aposta (aliás, se tudo pode virar objeto de apostas, por que não as eleições, ainda mais se tem gente com dinheiro para tal...), como não podemos fazer referência à cidadania, ao momento mais importante da democracia, como se fosse um jogo?

Sem querer castrar quem quer que seja, não tenho motivos suficientes para que, além de uma grande festa, eu possa classificar as eleições como um jogo?

Me digam vocês...

domingo, 28 de setembro de 2008

mais uma eleição festiva em nossa vida curta vida e nada da sociedade civil organizada aparecer...

Estamos a uma semana de mais uma festa bianual da democracia representativa no Brasil. Sim, bianual, pois de dois em dois anos passamos por este ritual festivo, que envolve propaganda, trabalho temporário, muita grana, rituais, e festa para os que ganham, esperança de novos tempos, desilusões que se renovam, enfim, não faltam perspectivas.

Enfim, desta feita são mais ou menos 5,5 mil festas acontecendo ao mesmo tempo no Brasil.

O que não se sabe é se o povo (essa categoria tão contestada) sairá de ressaca e conseguirá prosseguir...

Normalmente o povo consegue prosseguir, trabalhar na segunda-feira depois de encher a cara no final de semana (afinal, qual problema?) e ainda pagar as suas contas em dia (não dizem que o povo é bom pagador?).

E nesta festa, o povo acaba ganhando para desempenhar papéis invisíveis de segurar placas e distribuir panfletos, gritar em comícios e se divertir como em toda festa pagã.

Uma festa que dura três meses...

Tem gente que vive de fazer festas como essa... e qual o problema? O povo trabalha nela e logo depois tem que se virar para (sobre)viver no tempo que existe até a outra, em torno de um ano e nove meses...dependendo do que fará nela...

Enfim, a festa que mais assisti neste ano foi a que aconteceu em Nova Friburgo. Até fui convidado para participar, aceitei e trabalhei nela durante sete meses, entre janeiro e agosto, como um técnico contratado, aproveitei, gostei, me diverti, me estressei (como em qualquer festa que se organiza...). Talvez tenha servido para extirpar minhas últimas esperanças na política tradicional, que já foi tema de uma postagem anterior.

Por fim, resolvi sair à francesa da ala da festa em que estava porque tinha que me dedicar a trabalhos já comprometidos, sonhos assumidos que não posso deixar para trás, paixões antigas que mexem sempre conosco...acredito que tenha sido bem entendido, assim como devo ter sido importante para que o lado da festa fosse bem alegre e esperançoso.

Fora a ilusão e fantasia da festa em si, creio (tenho esperança sincera neste sentido, por mais que pareça sacanagem...) que depois do pleito eleitoral, a sociedade civil bem que poderia se organizar para cobrar as sandices e propostas possíveis (estas últimas sempre em menor número ou menos apreciadas que as primeiras...mas gente é uma festa e tem gente que quer falar sério? Pega leve!) prometidas em tempos festivos.

Se organizar para cobrar, fica parecendo essa estória de participar, de cidadania, de democracia, que ainda não estamos muito acostumados...aliás, que sequer sabemos se pode-se falar disso no país em que vivemos dentro deste mundo em que estamos.

Seria muito bacana se tivéssemos um festão democrático após a eleição, que toda essa importância atribuída ao eleitor, fosse dada também ao cidadão, considerando que são as mesmas pessoas...ou são diferentes?

Ao eleitor tudo, toda sensação de que pode tudo que quiser, e ao cidadão nada, nem informação nem espaços abertos para participação...

Afinal, queremos ser eleitores ou também existe o desejo de sermos cidadãos, de instituir (ou construir) um ambiente democrático nesta sociedade brasileira que se diz (recém) democrática?

Porque se quisermos ser uma democracia, de fato, cabe um papel importante a tal da sociedade civil (um conceito ambíguo em nosso país, particularmente nem sei se existe...), que essa sociedade civil se organize e participe.

A pergunta fatal: quem é que está a fim de participar depois da ressaca de uma festa que mais parece um carnaval eleitoral?

Será que a representação política em nosso país reflete sua dinamica social?

São questões e perguntas que vivo me fazendo e que compartilho com vocês...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sobre a vida no dia a dia deste mundo doido em que (tento) viver...

A sobrevivência está colocada antes das possibilidades de viver para a maior parte da população mundial. O propagandeado momento globalizado do planeta é vivido apenas por uma parcela mínima de pessoas, as ricas, que desfrutam de todos os prazeres e benesses da mobilidade infinita e das compressões espaço-temporais que os colocam em um patamar que não pode ser vivenciado por qualquer simples mortal.

Eu me sinto entre uma perspectiva e outra, sem ser a tal pequena burguesia que Marx enxergava, por isso, acabo por rememorar uma tese de Giovanni Arrighi sobre um certo processo de proletarização do intelectual, no qual me sinto inserido.

Minhas inserções globalizadas se restringem a viagens no ciberespaço mediadas por um notebook e, algumas vezes pelas leituras e debates interessantes no mestrado do CPDA (aliás, a melhor coisa que fiz na fase adulta da minha vida...bem que a genial – apesar do nosso curto convívio minha gratidão é eterna – Maria Luíza Sussekind tinha me falado para mim...tudo a ver, gosto muito, me sinto em casa, é um reconforto bacana para entender mais um pouco desse mundo louco).

Nunca saí do Brasil, nunca usei helicóptero como meio de transporte, minhas idéias de arrojados empreendimentos nunca passaram de boas idéias viajantes, às vezes loucas idéias mediadas por insanidades deixadas de lado, para trás.

De forma alguma essa condição me angustia.

Pelo contrário, hoje penso numa perspectiva “nativa” de felicidade, aproveitando a leitura e discussão de Malinowski na aula de Teoria Antropológica. Meu sonho de intelectual-proletário é de fechar o circuito (necessário) mestrado-doutorado e me mandar para uma universidade federal bem distante do circuito (bem mais próximo da globalização...) Rio-Sampa, de preferência com o namoro atual configurado em uma relação matrimonial, não necessariamente oficializada, o que em nada depende somente de mim, mas se eu quiser isso, hoje acredito que consigo.

Podem pensar que é uma perspectiva localizada, mas quem disse que não é possível ser feliz localizadamente?

Aliás, dinheiro traz felicidade?

Acho que até certo ponto e dependendo da relação com o dim-dim...
Me amar primeiro, conseguir amar outras pessoas, em especial as que comigo convivem (mesmo que do meu jeito um tanto chato e difícil de entender), procurar meu lugar neste mundo, e achar...todas essas coisas podem me trazer momentos felizes de forma mais intensa que grana.

Aliás, felicidade se encontra numa hora e se perde na outra para voltar a um processo de encontro-perda-reencontro ao longo da vida. A meta é esticar o encontro e reduzir os momentos de perda, com a consciência de que nem sempre isso é possível. Para tal, muita aceitação é necessária. Venho tendo isso, talvez seja uma diferença importante nos últimos anos.

“Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados”.

Essa é a música dos Secos e Molhados que rola agora, enquanto escrevo essa postagem, novamente numa viagem, agora a inversa da última postagem, Rio-Friba.

Venho fazendo isso, continuo sozinho, agora bem acompanhado, mas essencialmente ainda sozinho, me conhecendo, antes de estar plenamente envolvido, resolvendo assumir os tais pecados de outrora, prejuízos alheios que vem sendo colocados na pauta da minha vida sempre que possível.

Vida errante, mente inquieta e brilhante, melhor que ser medíocre, não ter posicionamento sobre o mundo em que vive. Ainda prefiro minha vida do jeito que é, nada demais, mas indo sempre além, tirando força não se sabe de onde para sair dos fundos de poço em que eu mesmo me coloco. Essas escolhas da vida que cada um é responsável pelas que faz... “essas feridas da vida, Margarida”!

Meu sentimento é esse, assim mesmo: todo confuso, todo errado, que acorda num dia, andando e ouvindo música, calminho, e quando atravessa o sinal que está aberto para mim e no meio da travessia o mesmo abre para os carros e um avança aceleradamente sobre mim, distancia e testa o bico do All Star na porta lateral do carro. Foi a escolha dele e foi a minha...

Sempre inquieto a ponto de explodir, sempre pronto para um bom debate de idéias, um chato para uns, uma figura para outros, amoroso e carinhoso e agressivo - respeito e desprezo que convivem junto na opinião dos outros sobre mim ou na percepção que eu tenho dos outros sobre mim...vai entender uma mente inquieta...

Por isso que escrevo, extravaso, destaco, me coloco e me mostro, para segurar a barra, a onda de viver nesse mundo doido em que vivemos...sem crises...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

De volta, se derrubar é pênalti...

Praticamente uma semana de ausência da escrita neste espaço.

Estava cansado, viajando, ocupado, sem possibilidade, nem pique, de escrever.

Hoje em dia, faço isso por tesão, quando estou a fim. Afinal, não tenho obrigações quaisquer com patrocinadores, pelo menos por enquanto (claro que não recuso receita e muitos risos decorrentes).

Agora, digo em referência ao momento em que escrevo este texto, estou em algum ponto após Cachoeiras de Macacu, num ônibus da 1001 (nada confortável, mas bem melhor do que aquele que me levou e trouxe de Campina Grande / PB...), disposto a compensar o “tempo perdido” (como se isso fosse realmente possível...).

Meu desejo é dar vazão e aproveitar a bateria do notebook, chegar em Niterói, reencontrar meu modem de acesso à internet (que deixei por lá) e postar o que sair daqui por diante. Vou musicado nessa viagem para aumentar a inspiração. Isso é bom, pois quando penso que tudo ficará mais calmo, vejo que muitas coisas estão sempre se abrindo, a fazer, o que acho ótimo. O contrário seria tão monótono.

Decidi passar em Nova Friburgo quando estava chegando ao Espírito Santo, no sábado à noite.

No domingo de manhã, o piloto do micro-ônibus em que estava, conseguiu interceptar uma van, na altura de Casimiro de Abreu, que estava indo em direção à Nova Friburgo. Claro que não perdi a oportunidade.

Cheguei um tanto estropiado na casa de meus pais, recebi carinho familiar, um bom almoço (que estava precisando...), me inteirei das percepções maternas acerca das eleições locais, de bananas e outras coisas mais, dormi a beça (antes e depois do almoço), desci (em Nova Friburgo, quando se vai ao Centro, para a maioria dos bairros, desce-se...), pude me deparar com a III Parada Gay (estava até movimentada, mas passei a margem...), acessei internet numa lan house, voltei correndo para casa, peguei uma sauna (muy necessária...), jantei e até queria começar a escrevinhar algo que só começarei hoje, mas decidi parar e conversar com minha mãe num curto espaço de tempo até que o sono me arrebanhou.

No fundo, queria é que chegasse a segunda, ou ontem, para ver minha linda Maria Cândida, pois a saudade (esse sentimento louco que só brasileiro sente...) estava apertando, e foi ótimo a visão, a convivência, carinho, cumplicidade! Tudo que uma relação saudável proporciona...
Maria Cândida é tudo de bom hoje na minha vida! Elogios desse tipo sempre serão raros (ou sempre foram raros, sei lá!). Eita figurinha tudo de bom pra mim...me ama e acaba sendo correspondida (como tem de ser os amores...).

Chego a brincar com ela, concordando com minha sábia irmã, que, se não der certo com ela, difícil será de encontrar alguém que me curta como ela...ai, ai, coração apaixonado e bobo. Estamos ainda a pouco tempo juntos, mas nas melhores fases que um relacionamento pode ter, um ano e meio, isso é bão demais e como o que vale é o que temos hoje, que se foda o futuro...

Depois de externar isso sobre meu retorno nordestino bacana, pois o III Encontro da Rede de Estudos Rurais foi um momento necessário na minha trajetória acadêmica, conhecer novas pessoas, novas questões para alimentar minhas incertezas, foi um bom momento de transição para que eu entre de cabeça na vida acadêmica, dê um gás total ao mestrado, que tanto gosto de onde estou.

Me dediquei intensamente a um projeto político, que continuo acreditando, mas que não me vejo como protagonista. Considero que minhas contribuições foram importantes na campanha de Olney a prefeito de Nova Friburgo, mas também acredito que a maturidade que a vida traz, mostra que devemos saber a hora de “tirar o time de campo”. Continuo colaborando com minha opinião, quando solicitado, me posicionando como cidadão nos debates virtuais quentes do Orkut.

Mas, na vida, é preciso ter foco. Se pudesse, faria mil e uma coisas ao mesmo tempo agora, muito provavelmente faria bem, mas ficaria estropiado fisicamente. Hoje, prezo por meu bem-estar físico. Aliás, voltei gordinho do Nordeste (também, entrando forte na tapióca com carne moída no café da manhã...).

Devo retornar ao padrão frango-com-alface-e-caminhadas para perder um peso, o que também é necessário.

A semana começa cheia de tarefas neste meu novo momento, que aliás, muda a cada dia.

Walter Benjamin definia momento como o período que ia do nascimento até o dia em que se vive, ou algo parecido. Momento é tudo...

Entre revisões bibliográficas, apresentações de textos a fazer, reuniões com orientadora, leituras de textos para debate, fico onde eu gosto de estar. O tempo, para uma pessoa perfeccionista como eu, nunca será suficiente, mas tento fazer o melhor, sabendo das limitações do tempo, pois eu ainda tenho dificuldade de enxergar as minhas (evidente que essas é que importam, já que essa construção social que é o tempo está dada e limitada...). Falo isso, mas, hoje, me conheço muito mais, a cada dia me conheço um pouco mais (estou aqui me limitando a falar de mim...não posso generalizar minhas percepções).

Hoje, antes de embarcar, comprei O Globo (lembro agora que, faz uma semana, se foi Fausto Wolf, grande escritor marginal que emprestava sua crítica ácida ao Caderno B, do JB...grande Fausto, que trocava e-mails comigo sobre as banalidades de quem escreve...esteja bem nas suas cinzas...). ´

Enfim, estava tão atarefado nos últimos tempos que não comprava jornal antes de viajar. Acabei lendo o que me interessava em uma hora e agora escrevo essa postagem com o tempo restante de viagem (cerca de uma hora e meia, da qual ainda deve restar quarenta e cinco minutos, ou menos....). Parece que a tal crise americana está acontecendo, também me parece que afeta todo o mundo, quebra banco, bolsas caem.

Não gosto muito do Jabor, mas ao ler sua coluna, tive a sensação que coincide com o que ele destaca, o Brasil tem um governante e não tem governo...apesar de reconhecer que o que se chama de governo federal tem lá seus méritos na construção do que se pretende denominar como democracia brasileira. Voltem ao início de parágrafo e podem ler que me refiro à “sensação”.

Contradições, paradoxos que todos temos e carregamos...basta-nos convivermos mais que notamos, cedo ou tarde.

O jornal passou rápido, não me anima...para completar, a tal operadora de celular retoma o contato de mais de uma semana atrás, postado aqui, inclusive...

Era o que faltava...extravasei umas boas coisas entaladas. Afinal, se eles não podem resolver os problemas, pelo menos ajudam ao ouvir poucas e boas.

E assim vou seguindo, nesse meio tempo bateria acabou, cheguei em Icaraí, muita coisa a fazer...tô de volta...se derrubar (ou se cair de finta e o juiz não perceber...), é pênalti!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

a Paraíba não é logo ali...

Bom, depois de reclamar da telefonia, não fiquei incomunicável...no dia da independência me enfiei num micro-ônibus disponibilizado gentilmente pela UFRRJ para os que tiveram trabalhos aprovados para o III Encontro da Rede de Estudos Rurais,que está acontecendo de 9 a 12 deste mês de setembro, no município de Campina Grande, na Paraíba.

1. A viagem: durou 50 horas. Isso por si só já é suficiente para muitas pessoas desistirem e acharem que quem vai é, no mínimo insano, o que concordo. No dia 7, enquanto vários desfiles rolavam, um grupo de 19 corajosas pessoas iniciou essa aventura. Chegamos na terça, dia 9, por volta de 9:30...vivos, cansados, sem saco, mas em harmonia, todos sem ter brigado, o que demonstra, pelo menos, uma certa maturidade das pessoas que se dispuseram a isso...

2. O encontro: esse encontro me parece que está mais organizado que nas edições anteriores. Pelo menos a programação está sendo cumprida...a discussão aqui passa muito pela questão do agronegócio e da agricultura familiar. O Grupo de Trabalho ao qual estou inserido atua com as interfaces entre agricultura e meio ambiente...muitos conflitos, muitas dúvidas. Hoje tivemos um bom debate pela manhã no grupo e no início da tarde assitia uma apresentação que destacava que grande parte dos assentamentos de São Paulo possui contratos com usineiros e planta cana...que espanto! Enfim, o encontro é muito bacana, novas pessoas, boas novas, bons diálogos, animados, bem-humorados, respeitosos...me sinto bem, recuperado do cansaço.

3. A cidade: Campina Grande tem 400 mil habitantes, a campanha política aqui me parece mais presente na população, nos discursos populares que ouvi, ao menos...a cidade apresenta um custo de vida razoável em comparação com o Rio, Niterói ou Nova Friburgo. Também é a capital brasileira do forró...aliás, hoje tem um...tô indo...se der posto algo novo sobre alguma coisa nova que ouvi...

sábado, 6 de setembro de 2008

Ai, esses telemarketings...

Putz grila!

Isso é o que posso escrever aqui sem ser grosseiro sobre o atendimento de grandes empresas, em especial de telefonia...vou escrever porque estou um dia inteiro, literalmente tentando contato com uma empresa de telefonia para contestar um valor e, logicamente, ainda não consegui o tal contato.

As sensações se modificam...

Primeiro, você se irrita.

Depois, você começa a se achar um babaca, pois quando você vira cliente é o máximo e quando tem um problema é um nada.

No fim, eu acabei desenvolvendo uma paciência que não me é peculiar, acabei naturalizando o desprezo que as grandes empresas encaram seus clientes. Em tempos de marketing segmentado, a tendência teria que ser inversa: de os clientes serem bem atendidos para que se mantivessem.

Enxergo aí um erro estratégico dessas grandes empresas: o de desconsiderar seus clientes, daí a baixa fidelidade que elas devem ter.

Enfim, escrevi esta postagem inteira com o telefone no ouvido, não consegui ainda sequer ser atendido. Penso que quando tem problema eles devem ter um sistema que identifica seu número e começam a praticar uma tortura com seu ouvido...êba...descobri o tal do Viva Voz...que alívio...agora basta deixar...

Tem que entrar no esquema deles... o que acho engraçado é que como o atendimento é distanciado, a pessoa não te vê, parece que estamos falando com robôs, que cumprem muito bem seu papel, alguns emprestando um certo sarcasmo e desprezo por você...afinal somos apenas uma voz do outro lado da linha...

No mais, vida que segue, rumo à Paraíba, com uma passadinha antes na Lapa...

Aí, sem stress...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Para me reencontrar...

Escrevo para me reencontrar dos constantes desencontros de mim mesmo, para extravasar, me expressar, me posicionar, me revelar mais do que se estivesse calado. Estranho para um mundo onde escamotear, fingir, se mostrar forte (sem sê-lo), auto-promoção são questões acima de quaisquer outras.

É muito bacana seguir os tais "caminhos do coração" que o falecido Gonzaguinha cantarolava...é bonito...quando a gente pisa firme no caminho do destino, dessas linhas que estão em nossas mãos...quando a gente sente que é muita gente onde quer que a gente vá...que nunca está sozinho nem quando pensamos estar ao relento...que a gente deixou um abraço amigo, de calor e sinceridade e é bem lembrado (e recebido) nos encontros que a vida nos possibilita.

Eu tô tentando me reencontrar, me centrar num mundo descentrado, me refazer um dia após o outro, me destacar daquelas pessoas que fazem sempre a mesma coisa, tudo igual, dia após dia...eu tô fazendo tudo ao mesmo tempo agora e assim que eu fico bem, vai entender...mesmo assim, vou tentando uma coisa de cada vez...vivo nesse paradoxo de vida, que me coloca mil coisas a fazer, uma capacidade imensa para tal e um tempo que passa segundo a segundo, minutos e horas circulando e recomeçando...

Queria um dia diferente, de 72 horas, não ia adiantar nada. Lembro de Einstein e da relatividade do tempo. Será que realmente existem as dimensões da realidade que a física quântica destaca? Se eu realmente acreditasse nisso, teria um alívio imediato, pois saberia que tudo que quero se realiza, mesmo que não seja percebido por mim nesta dimensão.

Por que ainda tem esse ranço materialista? Putz!

O melhor é colocar os fones e deixar rolar a música que vier, sem ordem, sem preferência, afinal no MP3 só rola as que preferimos...

Ontem revi uma grande amiga, tinha uns seis anos que a gente não se via pessoalmente, tá casada, com o namorado que cheguei a conhecer há 10 anos...parece feliz, leva uma vida simples, tem as angústia inerentes a existência do mundo atual. Lembramos das doideiras, de como passa, de como a gente se divertiu a beça, brincava sendo gente grande e de como a alegria é fundamental para que cada um de nós se sinta bem hoje em dia.

Por fim, o que mais gostei foi quando a gente se despediu, um abração e a constatação dela de que gostou a beça de passar aquelas três horinhas comigo, olhou bem no fundo dos meus olhos e disse que eu estava bem, bem melhor que há seis anos...fora o fato descartável dela ser psicóloga, isso foi maneiro a beça.

Parece que tem horas que precisamos que alguém nos diga o que nós já sabemos, vai entender como isso funciona...bom, é hora de ler, a história da antropologia, como eu gosto dessa vida que levo hoje, só hoje só, é o dia mais importante, é único e está acontecendo agora, bom dia!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A ilusão da política institucional

Até então, este foi um ano muito corrido.

Desde janeiro, atuei no ambiente da política institucional sem ser institucionalmente pertencente a qualquer partido político.

Desde março, iniciei o mestrado em Ciências Sociais na UFRRJ, para pensar a questão do consumo como uma forma de posição política. (?) Esta interrogação fica clara na expressão facial de todas as pessoas para as quais falo isso pela primeira vez. Isso é motivante, pois me mostra que estou diante de um desafio novo, que provoca estranhamento nas pessoas.

Pela experiência que tive nos bastidores da política institucional, e do pouco que acredito conhecer acerca da sociedade (ou das sociedades...), fico muito descrente nas possibilidades de mudança via política institucional, ou democracia representativa.

Venho aqui compartilhar de uma sensação que parece estar ganhando força com a intensidade da globalização, também no Brasil.

Falo da decadência das formas institucionais e tradicionais de se fazer política. Neste meio, coloco os partidos políticos, os sindicatos e até as associações de moradores, entre outros.

No Brasil, isso ainda é apenas uma percepção, uma sensação, mas já pode ser observado com atenção em muitos países europeus, por exemplo.

A questão é que as pessoas estão fartas da política institucional, mas não deixam de serem seres políticos.

Pelo contrário, encontram novas formas de tomada de posição política através de práticas da vida cotidiana, como, por exemplo, a escolha de um produto em detrimento de outro, por conta de seu impacto, mais ou menos, reduzido em relação ao ambiente, num contexto de crise ambiental. Esse é meu novo objeto de desejo...por muito tempo ainda será...

Não são apenas novos nichos de mercado que se colocam para os "gananciosos exploradores", mas escolhas individuais que refletem uma postura política, muitas vezes radical, desorganizada, individualizada.

Ainda é cedo para inferir que a decadência da política tradicional está relacionada, ou seja diretamente causada, com essas novas formas de politização. Mas é claro que no vácuo desta decadência que emergem essas formas de politização da vida cotidiana.

No Brasil, ainda temos o agravante de nossas idéias de democracia, cidadania, sociedade civil, estarem em grande parte, conforme Roberto Schwarz coloca bem, muito deslocadas do imaginário e da vivência histórica da sociedade, que vem de escravidão, lógica do favor, etc.

Neste sentido, a política tradicional dos partidos e sindicatos é cada vez mais apropriada por oportunistas que se colocam como os salvadores da pátria, os gênios que se firmam em três meses de campanha eleitoral e que detonam, na maioria das vezes, a população que os elegeu nos quatro anos seguintes.

E o povo aproveita para tirar proveito do que pode nesta época, pois sabe intuitivamente que nada mudará de forma profunda...que a hora dele ganhar é na eleição.

Dilma 2010? E Nova Friburgo?

Me chamou atenção a foto do presidente abençoando de óleo petróleo a ministra Dilma na capa de um jornal. Ao ritmo das descobertas de petróleo, a candidatura petista tende a ganhar força.

Aquela coisa: encostou a mão lambuzada do óleo negro, abençoou a ministra, que andava até um tanto reclusa com aquela estória da planilha...com uma oposição ridícula como essa, está pavimentando seu caminho rumo ao poder, e com um diferencial de marketig: ser a primeira mulher presidenta...nem nos EUA isso rolou...vai ficar bacana, os EUA com um negro e o Brasil com uma mulher, ex-gurrilheira...

No fundo, gosto mais dela que de Aécio...se for o Serra, acho páreo duro, o resto é blá-blá-blá...

Por falar em blá-blá-blá, a candidatura do governo atual em Nova Friburgo é um fracasso só. Já fora da disputa, se preocupa(?) apenas em disparar no candidato Olney. Um papelão para encerrar uma candidatura que nasceu perdida e terminará com um percentual ridículo para uma representante do governo. Bola fora, total!

A disputa em Nova Friburgo, ficará mesmo entre Olney e Heródoto.

O crescimento do candidato do PSC se deve mais a um vácuo permitido pela campanha de Olney.

Por enquanto, faltando um mês, tudo pode acontecer, mas as ruas é que decidirão. Duvido muito da eficácia de programas de televisão frente ao corpo-a-corpo, que é praticamente um ritual, que nunca pode ser esquecido por qualquer candidato...

Quem tiver maior presença na rua, colocando as propostas que atendam aos anseios mais imediatos da população, ganhará o direito de governar o município por quatro anos.

Ressalte-se o fato de que, agora Heródoto está oficialmente na disputa, pois estava sub judice até então.

Resta saber o que o povo friburguês soberano escolherá. É a disputa entre o passado e o futuro, ambos são incertos, pois não existem no presente.

Entretanto, o passado já existiu e já mostrou do que é capaz...

Nestas horas, prefiro ser pessimista, e pensar que pode ser pior se o passado voltar.

Já o futuro é novo, e o novo sempre gera uma ansiedade, um medo, mas creio que, nesta reta final, o povo de Nova Friburgo saberá escolher o que for melhor para ele.

Devem estar se perguntando: "Acabou a viagem existencialista?"

E isso que está acima não é suficiente enquanto viagem?

"Ganha quem sabe perder e perde quem não sabe ganhar"...já dizia Jorge Ben, antes de virar Ben Jor...ai,ai...deixa ir dormir...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Vamos indo...

Essa é a expressão que mais me incomoda quando alguém emprega...e eu normalmente emprego quando não quero aprofundar muito a conversa com alguém. Isso porque acredito que "estou indo" é muito vago...no fundo, não está legal...

Pois bem, hoje acordei, não refleti 30 segundos, fui colocar água pra ferver, e comecei a papear com um amigo de infãncia que está passando uma temporada em Angola.

O que me incomoda é dedicar energia a um projeto e esse projeto não ir em frente, mesmo com todas as condições para tal. Quem me conhece sabe do que falo, mas não posso, neste momento dar maiores detalhes. Isso é bom, pois aplaca minha frutrações, sem sentido, aliás; até porque eu não perdi nada, de fato...

Pelo contrário, só ganhei, principalmente em experiência. Mas fica a sensação de que poderia ser melhor, sempre. Meu pai costuma dizer que isso é da natureza humana. Ainda bem que não escolhi fazer psicologia...

Quando for a hora, uma análise apurada será exposta, mas esse não é o momento.

O momento é de terminar a postagem, tomar um banho, hoje não vou fazer a barba, me enfiar no ônibus, atravessar a barca, ouvir uma música, chegar numa aula de metodologia que serei sarrafeado, pro meu próprio bem, sair de lá e começar a tratar de cuidar mais de mim, do meu projeto de vida e parar com essa mania de pensar nos projetos dos outros que sou convidado, que me enfio e até contratado sou.

Mas são projetos dos outros, escrever isso clarifica muita coisa, pra mim, e isso é que me importa hoje.

Conseguindo fazer...

Dia de muitas sensações. Todos os dias são repletos de sensações, muito difícil é parar para pensar nelas.

É bacana quando as coisas que você tinha se programado para fazer furam e você não perde as estribeiras. Há bem pouco tempo, bastava isso acontecer para o meu dia ser "o pior de todos os que já vivi".

Hoje rolou isso, logo na primeira coisa que tinha me programado fazer. Analisei bem e vi que eu só estava querendo ajudar e quem tinha que se preocupar era quem furou. Bola pra frente. Parar de me angustiar com os problemas dos outros, pelo menos enquanto não resolvo o meu...

Depois foi tranquilo, mudanças normalmente não trazem tranquilidade. Mas recentemente, o caminho que escolhi me trouxe alívio e serenidade, e principalmente foco para o desafio que tenho pela frente no mestrado, que já vai me consumir demais.

Quando nos achamos mais importantes é que vemos o quão desprezíveis somos...brincadeira é nos "acharmos", pois quando acaba não ficamos bem.

Viajei, vou viajar mais em breve, carregando uma mala e uma mochila pesadas, parece minha cabeça, mas chega a hora que esvaziamos, descarregamos as malas, vestimos as roupas, calçamos um chinelo, rola uma bermuda, antes de tudo isso uma chuveirada - se estiver quente, água fria; se estiver frio, água quente.

Estrada...rumo a Niterói, cheguei, viagem sarcástica de quem encerra um ciclo, músicas, relax...cheguei, li, reli, descobri que não sou nada, nada além de um certo grão de areia, mas que está vivo, sobretudo vivo, mesmo que às vezes acuado, parecendo sem saída...ela existe, basta tentarmos...

Enfim, é assim que vou dormir, pelo menos hoje...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Diferentes perspectivas...

Deveria me disciplinar para escrever sempre uma postagem pela manhã e outra à noite.

Ambas me ajudariam bastante, mais do que a qualquer outra pessoa que as leiam.

Revelariam diferentes perspectivas do que é real para mim, do que existe de fato, ou seja, hoje. Canso de falar que minha grande dificuldade hoje é entender que só existe hoje, este momento.

O passado só pode ser visitado, passou, já foi, e aparece hoje apenas na forma de lembranças, de ressentimentos, de saudades, de raiva - mas ficaram lá atrás, de fato.

Quanto ao futuro, ele também não existe, além de depender totalmente das minhas atitudes hoje.

Logo, o que vale é hoje, de fato. Nada que impeça minha mente de acreditar demais no passado ou no futuro, dependendo do dia de hoje que vivo.

Complicado, mas minha mente é assim. Como diria a letra de música do Engenheiros, “tão confusa quanto à América Central”.

A postagem da manhã pode me mostrar qual é a minha perspectiva para o dia de hoje, no começo de tudo que ainda vai acontecer, no exato momento em que se abrem meus olhos e a luz do dia coloca a realidade de mais um dia a enxergar, a sentir e a viver.

Tenho tentado refletir antes de começar os dias.

Parar um pouco, na cama mesmo, antes de começar a correria, que agora tento acalmar, falo de dentro de mim. Antes de beber o café, de tomar banho, de fazer a barba e sair de casa, pois sempre saio, gosto de sair de casa, não sou caseiro.

Tenho tentado, mas nem sempre consigo, agradecer por um dia inteiro que terei pela frente, com suas imprevisibilidades, seus riscos, seus mistérios, as conquistas, os erros, os vacilos, da minha parte mesmo, e dos outros também. Não sei se venho conseguindo... Daí a importância da postagem da noite.

No fundo, o blog me ajuda mais do que as pessoas imaginam. É como se fosse um organizador dos pensamentos em profusão que habitam uma mente inquieta.

Se pela manhã, escrevo da perspectiva de um visionário que vislumbra o dia inteiro que tem pela frente, à noite coloco-me na perspectiva de tentar identificar os sentimentos que brotaram e aqueles que ficaram até o momento de dormir e iniciar um novo dia seguinte, que, com certeza, será completamente diferente deste que já se vai à noite.

Isso não nada fácil!

E quem disse que a vida deve ser fácil?

Ia ser tão sem graça.

Gosto dos desafios que surgem, das dificuldades e também dos bons momentos, isso é da vida!

Hoje minha perspectiva (re)clareou, isso é ótimo, me livrei de alguns fardos e sigo firme no meu caminho, no caminho de me conhecer, de conhecer mais o mundo em que vivo, fazer o que gosto, o que tenho tesão, de procurar ter uma palavra amiga, um ombro para aquelas pessoas que curto, e também para aquelas que precisam, também aquelas que não curto tanto - sendo isso bem mais difícil.

Um sorriso, nossa, sempre fui tão sério, e hoje tem um sorriso para as pessoas.

É um dia lindo e ensolarado que me aguarda, faz um friozinho gostoso aqui de onde escrevo, em Nova Friburgo.

Poderia ser chuvoso e nublado.

O que vale é a forma como eu encaro este dia, ele pode ser sempre maravilhoso, ou não. Depende principalmente de mim.

Um bom dia para todos!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Mais uma vez, por aqui...

Tenho estado muito musical ultimamente...

Com novas tecnologias, fica muito fácil estar antenado o tempo todo no mundo.

Mesmo assim, cada dia mais, temos noção de nossa ignorância, ou melhor, tomamos consciência disso (da nossa ignorância).

Gosto de escrever, de expor minhas idéias.

Esse início é bem existencialista, pouco crítico, pouco ácido, muito pessoal.

A vontade é de escrever, apenas isso - o que vier em mente, o que for para a tela, sem apagar (a não ser os erros de português, ao menos aqueles que reconhecer).

Sou um ser no mundo, ora em Nova Friburgo, ora em Niterói, ora no Rio, cidade maravilhosa que já não curto tanto. Vira e mexe pinta uma viagem para outro estado. Nunca saí do Brasil, fisicamente falando, pois hoje em dia essas novas tecnologias possibilitam muitas viagens virtuais.

Eu curto esse estado de viagem constante, de sensações novas a cada instante.

Esse espaço é uma tentatvia de expor confusões, dúvidas, enfim, idéias que surjam e reflexões que pintem para serem expostas, aproveitadas, gostadas e odiadas pelas pessoas que lerem.

Isso é da vida!

Para aqueles que nada sentem, que são insensíveis, que parecem de nada gostar e nada odiar, que não amam, que não tem o prazer de ser amado ou amada, para esses resta a pena mais que o desprezo. Coitados, não sabem o que é viver.

Venho falar de crônicas, de amor, de paixão, de tesão, de luta, de liberdade (o que vem a ser isso hoje?), de tudo aquilo que nos move nesta caminhada mesmo quando o caminho fica muito estreito e parece que não vamos conseguir.

Nós conseguimos sempre!

Tiramos força não sabemos de onde, alguns sabem, mas muitos não. O importante é que conseguimos e isso nos motiva a seguir em frente.

É um recomeço...e como recomeçar sem deejar um "bem-vindo"?

Fiquem a vontade!!!