sexta-feira, 19 de junho de 2009

Em Nova Friburgo, um trem que não saiu da maquete...

Hoje não pude deixar de registrar uma rápida reflexão. Tenho me imposto uma quarentena para falar sobre o atual governo municipal de Nova Friburgo.

Além do fato de ter trabalhado na campanha derrotada de Olney (configuração do programa de governo + pesquisas de opinião), o meu foco atual em terminar o mestrado e prosseguir na vida acadêmica consomem boa parte do meu tempo. Gostaria de contribuir com mais freqüência com o debate público, mas faço dentro de minhas possibilidades atuais de vida.

O fato (
http://in360.globo.com/rj/noticias.php?id=3027) do atual governo assumir a inviabilidade do que foi apresentado como certo e principal projeto de sua plataforma de campanha vitoriosa no ano passado me leva aos seguintes pontos:

1- O atual prefeito é uma fraude eleitoral. Afinal, nada do que ele propôs nas peças de comunicação de sua campanha está sendo colocado em prática. Pelo menos até agora, não se vê sequer sinal de que suas principais bandeiras de campanha serão realizadas.

2- A equipe de governo parece ter caído de pára-quedas na Prefeitura. Um projeto como esse, que foi âncora da campanha eleitoral do então candidato, que na época era tecnicamente viável e possuía inclusive parcerias com empresas interessadas em investir no projeto, HOJE se mostra inviável e sem qualquer parceria... estranho, né?

3- Tendo a acreditar que a população de Nova Friburgo se apresenta totalmente dissociada do que vem acontecendo e que votou no atual prefeito como uma forma de galhofar da política institucional, da política eleitoral e, assim, mostrando, de certa forma, a falência das atuais instituições políticas democráticas. Por que falo isso? Cansei de escutar pessoas durante o período eleitoral dizendo (rindo disso como piada) que “voto no velhinho porque quero andar de trenzim”.

4- Entretanto, me parece que são esses os nomes que irão comandar o município de Nova Friburgo por mais três anos e meio, a princípio, salvo algum fato grave (o que não me parece ser lá muito difícil de ocorrer) tire o prefeito e coloque o vice (o que tenho dúvidas se seria lá muito benéfico). Enfim, temos mais três anos e meio de angústia ou de possibilidade para que a população de Nova Friburgo comece a levantar a voz, a se entender em torno de uma sociedade civil organizada de forma supra partidária que consiga construir um ambiente mais democrático na cidade. Eu acho que essa possibilidade é uma utopia que deve ser buscada senão a angústia dominará e, em 2012, algum (novo) messias pode retornar e dar continuidade a uma alternância perniciosa.

5- A questão incômoda: que novas lideranças existem em Nova Friburgo hoje? Caso existam, quais destas lideranças teriam potencial para desenvolver um projeto de radicalização democrática? Infelizmente, hoje, eu não vejo ninguém, tendo em vista que não considero que Gláuber, Olney ou mesmo Verly estejam neste nível, por diferentes razões. Apesar disso, eles podem se credenciar a um projeto deste nível, mas até hoje ainda não mostraram sinais de que isso possa ser possível em suas trajetórias... a largada para 2012 está dada e as peças estão na mesa.

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