quinta-feira, 16 de abril de 2009

E caiu a liminar... uma reciclagem...

Tenho andado sem tempo para mim, digo isso como reflexo da baixa freqüência de postagens. Mas não poderia deixar de dar seqüência à questão das passagens de ônibus em Nova Friburgo. Afinal, depender de uma liminar não é vitória para ninguém: a passagem volta a R$ 2,50 a partir de hoje.
O pior é que o que escrevi na segunda postagem abaixo desta se concretiza... infelizmente, considerando que não tenho a mínima vocação para profeta.

Deixo claro o quanto acredito que a panacéia esquerdista oportunista, ao tentar apenas tirar proveito político da situação, acabou por desmobilizar mais do que se buscasse construir um modelo de regulação neste período em que a tarifa baixou, o que seria a meu ver, uma possibilidade concreta de um diálogo permanente sobre a questão.

Mas, tudo bem, quem foi que disse que a "esquerda" atual vai mudar (para melhor) qualquer coisa (pelo menos em Nova Friburgo)?

Sem planilha, sem qualquer discussão pública da questão, envolvendo os segmentos mais amplos da sociedade civil, o governo, os vereadores e a empresa, passa a ser leviana qualquer colocação sobre qual o valor de uma tarifa justa, já que algumas pessoas acham que poderia ser R$ 2,25. Vão continuar achando...

Falar de "pena" dos funcionários da empresa me parece ser tão moralista e passa uma demonstração de superioridade, que em nada me remete a palavra solidariedade.

Acredito que podemos ser solidários com estes funcionários, por exemplo, se incentivássemos que eles se organizassem enquanto um grupo de trabalhadores para pressionar seus patrões, mas não como um bando de pessoas que só querem saber de ter seu salário aumentado sem ter que lutar por isso, dependendo de um decreto arbitrário e se comportando como vítimas (coitadinhos....).

Eu não sinto pena, sou solidário com a organização dos trabalhadores!

Talvez porque uso o serviço de transporte coletivos diariamente, converso com os motoristas e trocadores e percebo o quanto eles acham que deve-se aumentar a tarifa para que o salário deles aumente também.

Entretanto, eles não estão nem aí para se organizarem e lutarem por suas condições de trabalho.

Aliás, para terminar, também não sinto pena dos grupos políticos e sindicais que estão atualmente alijados do poder local, pois demonstraram qualquer sensibilidade para se organizar em torno da necessidade de um diálogo sobre a regulação deste e de outros serviços, o que a meu ver lhes garantiria uma exposição até mais interessante que o sopro de protesto que me remeteu a um distante final do século XIX e caiu no esquecimento...

Mas é isso, faz parte... vivendo e aprendendo a jogar... já cantava Elis...

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